Artigo sobre a qualidade de vida dos brasileiros de transtornos de ansiedade e depressão.
O Brasil é o país com a maior taxa de pessoas com transtornos de ansiedade no mundo e o quinto em casos de depressão.
Segundo estimativas da Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgadas em junho, 9,3% dos brasileiros têm algum transtorno de ansiedade e a depressão afeta 5,8% da população.
O transtorno de ansiedade é um problema de saúde pública e durante a pandemia milhares de pessoas puderam sentir o peso desse mal que surge sem avisar e limita a vida de uma maneira tão avassaladora que transforma repentinamente as pessoas em seres incapacitados de reagirem positivamente. O transtorno de ansiedade é marcado por sintomas como a dificuldade de concentração, problemas no sono e preocupação excessiva.
Em sua avaliação, os principais fatores de risco que podem pesar no caso brasileiro incluem a situação econômica do país, os níveis de pobreza, desigualdade, desemprego e recessão.
As políticas públicas, por definição, são conjuntos de programas, ações e decisões tomadas pelos governos nacional, estadual ou municipal que afetam a todos os cidadãos, de todas as escolaridades, independente de sexo, cor, religião ou classe social. A política pública deve ser construída a partir da participação direta ou indireta da sociedade civil, visando assegurar um direto a determinado serviço, ação ou programa. No Brasil, o direto à saúde é viabilizado por meio do Sistema Único de Saúde (SUS) que deverá ser universal, integral e gratuito.
Os modelos de atenção e gestão à saúde representam a forma de organização do sistema de saúde e suas práticas em resposta às necessidades da população. Os modelos são expressos em políticas, programas e serviços de saúde que estejam em harmonia com os princípios e diretrizes que estruturam o SUS.
Para a Fiocruz, a saúde é resultante das condições de habitação, alimentação, educação, renda, meio ambiente, trabalho, transporte, emprego, lazer e do direito à terra, além do acesso aos serviços de saúde, como expresso pela Reforma Sanitária e ressaltado no Relatório Final da VIII Conferência Nacional de Saúde em 1986. Logo, um modelo de atenção à saúde deve considerar esta complexidade. O Sistema Único de Saúde (SUS), criado pela constituição de 1988, é um conjunto de todas as ações e serviços de saúde prestados por órgãos e instituições públicas federais, estaduais e municipais, da administração direta ou indireta, que pode ser complementado pelos serviços de saúde ofertados pela iniciativa privada.
A partir desta ampla dimensão de saúde, o PMA busca fomentar pesquisas que abordem uma perspectiva múltipla, interdisciplinar, participativa, na qual a intervenção sobre o processo saúde-doença seja resultante da interação e troca de saberes entre os diversos atores sociais envolvidos na temática da pesquisa, tais como: profissionais de saúde, usuários do sistema de saúde, gestores, organizações civis e pesquisadores.
O programa Políticas Públicas, Modelos de Atenção e Gestão à Saúde - PMA, iniciado em 2015 é uma continuidade do Programa de Desenvolvimento Tecnológico e Inovação em Saúde Pública (PDTSP- 2002), que tem como missão apoiar a inovação e o desenvolvimento tecnológico em saúde pública.
Atribuições do PMA
- Constituir Redes Temáticas de Pesquisa;
- Alinhar os projetos das redes de pesquisas com os propósitos da Fiocruz;
- Facilitar e fortalecer a articulação entre as unidades da Fiocruz com instituições externas;
- Captar financiamento interno e externo para as Redes Temáticas de Pesquisa;
- Desenvolver estratégias de articulação e integração entre as atividades e os produtos das pesquisas da Redes Temáticas;
- Articular com a gestão dos serviços e da administração pública nas esferas municipal, estadual e federal, para garantir a aplicabilidade dos resultados das pesquisas;
- Promover aportes técnicos e multidisciplinares para o desenvolvimento das pesquisas;
- Induzir ações e estratégias de divulgação dos resultados dos projetos em acesso aberto;
- Incentivar a transferência de conhecimento técnico-científico entre os participantes de cada rede temática para a comunidade científica e a sociedade civil;
- Potencializar a interdisciplinaridade e a intersetorialidade, por meio de ações colaborativas de trabalho entre pesquisadores, tecnologistas, serviços de saúde e sociedade civil.
- Incentivar processos de tradução do conhecimento.
Na frente do Brasil na lista de países com mais vítimas da depressão estão a Ucrânia (6,3%), seguida da Estônia, dos Estados Unidos e da Austrália (os três com 5,9%).
No panorama mundial, as mulheres são as principais afetadas: 5,1% são depressivas. Entre os homens, a taxa é de 3,6%.
O maior gasto durante esse período de 8 meses de pandemia foi com o auxílio emergencial, na soma de R$ 275,4 bilhões. Porém, em outras frentes, o governo não utilizou todo o dinheiro destinado para mitigar os efeitos da crise da saúde. Assim como a legislação prevê direitos para quem tem uma deficiência, pessoas com transtornos mentais não podem ficar à margem de direitos básicos, como saúde e trabalho.
Conteúdo: RA - NEWS
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